segunda-feira, 24 de maio de 2010

52. Circuito SESI Etapa SJCampos

Local: Av. Andrômeda - Bosque Eucaliptos - SJCampos
Data: 23/05/10 - Largada: 10h - Clima: 20ºC Nublado
Nro.: 543 - Peso: 76 kg - Tênis: Asics Nimbus 11
Percurso: 10 km - Altimetria: Media - Fotos:




























Relato: Etapa de abertura do Circuito SESI-SP de Corrida de Rua 2010 e 2ª Etapa do 1º Circuito Joseense de Corridas de Rua (hotsite em breve), a prova realizada neste domingo, teve uma excelente organização e infra-estrutura, contando com inúmeros participantes nas categorias: 6k, 10k e caminhada. O evento foi um sucesso e reflexo do crescimento do esporte em nossa cidade, tanto pelos novos adeptos à corrida, como pelo bom trabalho dos organizadores e apoio da Prefeitura Municipal.

O ponto alto do evento foi o novo percurso, adentrando as principais vias do Bosque dos Eucaplitos e Jd. Satélite. Afinal, a cidade merece ser melhor explorada e não ficar restrita apenas aos percursos do Parque da Cidade e Av. Jorge Zarur/Colinas. Haja visto, a boa participação da população, incentivando os atletas nas calçadas, nas portas dos estabelecimentos comerciais e nas janelas/varandas de suas residências. As pessoas pararam para prestigiar o esporte e pode-se dizer para abrir os olhos à sua própria qualidade de vida.

Animado pelo clima favorável e festivo, larguei um pouco forte e demorei até achar o meu ritmo, fui curtindo a prova e fechei a parcial dos 5k com 23:27. Logo, pensei em melhorar a minha 2ª. melhor marca nos 10k (46:15 em Caçapava/10), mas a 2ª passada pela Av. Andrômeda quebrou meus planos, senti a falsa e difícil subida em piso de paralelepípedo e o ritmo caiu. As parciais que eram na casa de 4'30"/km passaram a quase 5'/km e só fui retomar a velocidade no último km, com um longo sprint, fechando-o com 4'10" e a prova em 47:09. Parabéns aos participantes, aos integrantes da equipe Vinac e das equipes co-irmãs. Agora dou uma parada nas provas, foco nos treinos e até a Unimed Run 2010 !

Tempo: 00:47:09 - Pace: 04:43 min/km
3º melhor tempo nos 10km.
10º de 36º na categoria M25-29

Avaliação da Prova: Excelente organização, percurso novo e muito interessante. Sinalização, segurança e hidratação impecáveis. Kit pós-prova recheado, incluindo um super kit lanche, medalha estilo ecológica (de madeira, mas bem trabalhada), camiseta não-tecnológica. Inscrição R$ 20,00, custo x benefício excelente. Grande evento e participação do público. Parabéns aos organizadores, voltem sempre!

Nota final: 4,75
1 - péssimo, 2 - ruim, 3 -bom, 4 - ótimo, 5 - excelente

segunda-feira, 17 de maio de 2010

51. Série Delta - 1ª Etapa

Local: Shopping Colinas - São José dos Campos
Data: 16/05/10 às 08h - Clima: 16ºC Nublado
Nro.: 222 - Peso: 77kg - Tênis: Asics Nimbus 9
Percurso: 5,4 km - Altimetria: Baixa - Fotos:












Relato:
Pós-maratona, descansei uma semana inteira e na seguinte fiz 3 treinos de 10k (contrariando planilha). Logo, mantive-me lento, num dia que foi tudo muito rápido. Acordei atrasado e cheguei faltando uns 15min. pra às 8h, horário atípico pra provas regionais. Ainda tinha que pegar o chip, pregar o nro. de peito, aquecer, etc e tal. Não deu tempo nem de conversar com os amigos, alguns deles ausentes devido a prova da FEG (relato Namiuti). Fui pra largada com uma meta razoável, rodar abaixo de 4'30"/km o pace médio geral. Logo, estava "auto-credenciado" a correr no pelotão Quênia, cujo a divisão para a elite (acredito que muito abrandada) é justamente este. Resisti num 1º momento, mas chamado pelo Cristiano da 100Juízo juntamos ao field de amigos: Jota Jr. (campeão 5k), Moacir, Irma (campeã 5k), Narezzi (rei do litoral), os vinaquianos André e Mineiro, e demais elite.

Larguei embalado pelo pelotão. Fechei o 1km: 04:07 e o 2km: 04:15. Depois disso meu cardio-respiratório começou definar, devido a ausência de treinos de tiro e fui obrigado a reduzir o ritmo, mas ainda de olho na meta: sub-4'30" de pace. Na altura do posto gasolina Chaparal estava a placa de 4km e confirmava a minha desconfiança: percurso tinha mais do que 5k, repetindo o da Unimed 2009. Mantive na casa dos 4'40", deixando um gás pra reta final. Não vi a placa exata dos 5k (acho que não tinha), mas tinha várias placas informando em metros a distância restante para o fim da prova: 400m, 300m, 200m e 100m. Bacana !

Na placa de 300m abri o sprint e acabei ultrapassando um corredor. Faltando poucas passadas, reduzi para chegar bonito pra foto/vídeo, no momento que eu ia abrir os braços, este mesmo corredor me ultrapassou se jogando na minha frente. Normal poder ser ultrapassado quase no tapete. Sacanagem é atrapalhar o grande momento de outro corredor, só faltou ele ter me empurrado. Mas apesar deste incidente e da bagunça com a distância do percurso, que na verdade tinha 5,4km, terminei feliz, fechando em 24:10 com pace apertado de 04:29 e emna categoria M2529. Devido a compromissos, não tive tempo para o pós-corrida e logo fui embora. Foi um dia de F1 em contraste com todo o trabalho da maratona.

Tempo: 00:24:10 - Pace: 04:29 min/km

Avaliação da Prova: Percurso plano com a divulgação de 5k, mas com 5,4km. Hidratação ok. Kit prova com excelente camiseta e medalha, sacolinha, revista O2 (ago/09), frutas e hidrotônico, faltou uma barrinha de cereal rs. No custo x benefício poderia ser uns 20% mais barato. Mas apesar da boa organização o negativo mesmo fica por um certo desprezo em não responder aos contatos de vários corredores, seja para a alteração da data devido a prova da FEG, seja para a premiação por categoria, seja para saber da retirada do kit. Acho que não basta uma grande empresa vir aqui e fazer uma corrida "chic", tem que pelo menos ouvir os nativos. Ficou meio impessoal.

Nota final: 4,0
1 - péssimo, 2 - ruim, 3 -bom, 4 - ótimo, 5 - excelente

quarta-feira, 5 de maio de 2010

50. 16ª. Maratona Internacional SP

Local: Ponte Estaiada - Brooklin - SP
Data: 02/05/10 às 9h - 25ºC Sol
Numeral: 5832 - Peso: 78 kg















Resultados: 42,195 km em 04:35:29 pace 06:32 min/km

Junho de 2007: Primeiro passo para uma grande jornada. Maio de 2010: Inúmeros passos e alguns números: 50 provas em 525 km's competidos, inúmeros treinos em 1.396 km's percorridos. Totalizando: +/- 149 horas em constante movimento. Pausas pelo caminho ? Diversas: desmotivação, lesão, doença e até cirurgia. Mas persisti e aqui estou como maratonista, para relatar, comemorar e agradecer por este sonho realizado. Aliás, fica aqui um desabafo: Nunca diga para uma pessoa que o sonho dela é uma ilusão.

"Na vida, as maiores lutas do homem são travadas na solidão. Assim também é nas corridas longas. E nestas, como na vida, o ato de participar é mais importante do que vencer, ainda que seja a ilusão da vitória que nos dê forças para continuar lutando." O lendário Emil Zatopek, sintetiza nesta frase tudo o que eu acho que acho sobre uma maratona. Permanecer por tantos minutos, mergulhado na solidão temporal de tantas passadas, a fim de se cruzar uma linha de chegada que nunca chega e que em muitas das vezes não terás nem o merecido aplauso, é de uma abnegação e humildade quase ascética. Seja por isso que a maioria dos maratonistas vem de famílias pobres, pois eles sabem como sofrer. Correr é o esporte mais fácil, prático e pobre (na concepção financeira da palavra) que conheço. Aliás, inexiste o fator socioeconômico: não necessitas de hora e local específico, nem companheiro e/ou adversário, nem mesmo de equipamentos para ser mais xiita. Correr é um paradoxo ao enfrentar a solidão em busca do prazer, da alegria, seja ela balsamada pela adrenalina, endorfina, dopamina... Talvez, o efeito deste paradoxo fica claro na atração quase fisiológica que os corredores têm em reunir-se em equipes, realizarem treinos coletivos, trocarem tantas idéias, enfim, tentarem suprir através da socialização a solidão enfrentada diante de tanta superação e esforço desprendido. E, numa maratona, e sua preparação, isto fica mais explicito. Por isso agradeço e muito a todos aqueles que me apoiaram: os amigos não corredores e principalmente os corredores, a minha namorada Leiliane, a minha família e a Deus.

Todos têm objetivos. Consciente da não plenitude de minha preparação para estrear: muitos treinos e musculações pulados, dois longões abreviados e uma chata dor na panturrilha, colocaram-me na defensiva. Assim, o sonhado sub-4h ou o almejado sub-4h12min (pace 6 min/km) estava claramente distante, visto o disposto. Mesmo assim fui à busca do pace perfeito (6 min/km) e larguei estrategicamente para um split positivo: rodar abaixo de 6 mim/km até a meia maratona. Pois sabia que na segunda meia o sol ia apertar, o cansaço e a dor chegar, e ia começar a definhar. Assim passei forte nos primeiros km’s: inteiro, confiante e correndo prazerosamente bem. Percebei, porém não reconheci que a abertura da margem pro objetivo estava exagerada nas parciais, conforme demonstrado: 05 km: 00:27:41, 10 km: 00:54:38, 15 km: 01:23:21, 21 km: 01:58:47, ou seja, pace na 1ª. meia de 5'39".

Forte, mantenho, com o objetivo de esticar este ritmo até os 25km. Chego fisicamente bem e inúmeros corredores na modalidade 25km finalizam sua participação no evento. A quantidade de corredores cai vertiginosamente e neste ponto crítico, agravado por dois grampos, o psicológico quase desengrena. Encontro com o Guilherme Maio que passa e puxa a fila, assim como o Renny de SJC e vejo num dos grampos, um pouco atrás o amigo de pace Fábio Matheus, que espero encontrar para me puxar mais adiante quando eu for reduzir. Até aqui tudo bem... 26, 27, 28 com uma elevação nestes paces +/- de 6'15".

No km 29 sinto um desconforto na perna direita, reduzo. Fábio Matheus encosta e chama, declino. Mantenho a marcha lenta e num grampo no km 30 veio à primeira das sucessivas câimbras, justamente na panturrilha direita que estava no limite desde os treinos de polimento. O susto foi tão grande que um grito foi inevitável. A partir daí, os problemas físicos foram aumentando, talvez pela intermitência: trote/caminhada/trote. Relatar todo o sofrimento aqui ficaria longo, mas resumo dizendo que a sensação de estar com o cardiorrespiratório inteiro, mais a imensa vontade de correr e não conseguir, não ter a confiança na passada, é desesperador. Só me restava trotar, muitas vezes parar, alongar, caminhar e trotar. Nesta toada os paces variaram entre a mínima de 7’37” no km 31 até a máxima de 9'09" no km 39. Procurei abstrair, pensar em coisas diferentes, cantei, rezei e desencanei com o tempo, minha preocupação era apenas em não travar tudo e não consegui terminar.














Assim seguia. Até que quando as câimbras já estavam implícitas nas passadas, a dor já não era mais dor, e o cansaço não podia mais ser chamado de cansaço, entro na reta final ao uníssono som de “vai Michel” ecoando da arquibancada, pela entusiasmada torcida da Leiliane e dos amigos corredores. Emocionado, desidratado, com lágrimas nos olhos e sorriso no rosto, enfim, cruzo a linha de chegada. Longa pausa... passa uma vida na minha mente, curto o momento e silenciosamente comemoro. Vou pegar o kit pós-prova e antes mesmo de colocar a medalha no peito, ouço novamente a voz da Leiliane e sou recepcionado com um “Parabéns meu Michel MARATONISTA !”. Emocionante. Nesta maratona não sei quantas vezes respirei, mas sei quantas perdi o fôlego de emoção.

Percurso difícil (vários grampos) com segurança e sinalização impecáveis. Hidratação bem posicionada, porém alguns postos quente. Kit pós-prova recheado, com duas camisetas (uma tecnológica, outra de algodão) e linda medalha MARATONA. Organização ótima, porém a Yescom/Rede Globo pisam na bola com o horário tardio da largada, numa cidade abafada como SP. No mais, SHOW !